Alerj revoga prisão de Bacellar, mas STF pode impor medidas cautelares

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) revogou a prisão do presidente Rodrigo Bacellar por 42 votos a 21, mas o STF pode impor medidas cautelares. Bacellar é acusado de obstrução de Justiça por alertar ex-deputado sobre operação policial.

09/12/2025 às 04:02
Alerj revoga prisão de Bacellar, mas STF pode impor medidas cautelares

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) revogou nesta segunda-feira (8) a prisão do presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União Brasil), por 42 votos a 21. Bacellar está preso preventivamente desde o dia 3, acusado de obstrução de Justiça por ter alertado o ex-deputado Thiego dos Santos (TH Joias) sobre uma operação policial que o prendeu em setembro por envolvimento com o Comando Vermelho.

A decisão da Alerj será publicada no Diário Oficial do Rio e comunicada ao Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação contra Bacellar. Embora a Corte deva soltar o deputado, pode impor medidas cautelares.

De acordo com a Polícia Federal, Bacellar e TH Joias trocaram mensagens na véspera da prisão do ex-deputado. As investigações apontam que o presidente da Alerj orientou TH Joias a trocar de celular e retirar provas de sua casa. TH Joias está preso desde setembro, acusado de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e comércio ilegal de armas.

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Durante a votação, os deputados não decidiram sobre o afastamento de Bacellar da presidência, medida determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. Nos bastidores, o governo de Cláudio Castro (PL) ficou dividido: enquanto o governador se afastou do debate, o secretário estadual de Governo, André Moura (União Brasil), atuou para pressionar deputados a favor da soltura de Bacellar, o que ele nega.

Parlamentares, como o deputado Douglas Gomes (PL), relataram ter sofrido pressões. Gomes, um dos poucos do partido a votar contra a revogação da prisão, disse: “Eu sofri muita pressão [...] pode ser que amanhã eu não esteja nesta Casa”. A movimentação de Moura contrasta com a estratégia de Castro de se distanciar do caso para evitar envolvimento com as investigações.