Virgínia Fonseca será presa por estelionato? Entenda o cenário real e os próximos passos
A influenciadora foi indiciada por estelionato e publicidade enganosa no relatório da CPI das Apostas. Veja o que aconteceu e os próximos passos.
1. O que já aconteceu?
Criação da CPI (novembro de 2024)
A CPI das Bets foi instaurada em 12 de novembro de 2024, com o objetivo de apurar expansão das apostas on-line, impacto na economia familiar, vínculos com crimes como lavagem de dinheiro e o uso de influenciadores para promover essas plataformas
Fase de coleta de provas (nov/2024 – jun/2025)
Em cerca de sete meses, foram realizadas 20 sessões, com audiências e oitivas de 19 pessoas, incluindo membros do governo, proprietários de sites de apostas e influenciadores digitais. Destacam-se os depoimentos de Virgínia Fonseca em 29 de abril e Rico Melquiades em 14 de maio
Investigação de práticas abusivas
A CPI examinou contratos de “revenue share”, onde influenciadores ganham comissão sobre as perdas dos usuários, além do uso de ‘contas demo’ para simular ganhos, prática que pode configurar propaganda enganosa e induzimento ao erro.
Relatório da relatora (10 de junho/2025)
A senadora Soraya Thronicke apresentou o relatório final, indicando o indiciamento de 16 pessoas e empresas. Virgínia Fonseca foi acusada de estelionato e publicidade enganosa, com base em indícios de uso de contas simuladas e contratos que previam até 30% dos prejuízos dos seus seguidores
Situação atual
O relatório, após pedido de vistas, aguarda votação dos membros da CPI, que deverá ocorrer antes do prazo final da comissão em 14 de junho
2. Indiciamento não significa prisão
O indiciamento é um passo formal que indica que há “indícios suficientes” de autoria e materialidade de crime. Ele representa a transição de investigada a indiciada, e não a abertura automática de processo ou sentença.
3. Ministério Público e Justiça
Após aprovação pela CPI, os autos são enviados ao Ministério Público Federal, que examinará as evidências e decidirá se oferece denúncia à Justiça.
Se o MP apresentar a denúncia e o juiz aceitar, Virgínia será formalmente denunciada e responderá como ré, e só então se inicia o processo criminal
4. Prisão preventiva? Uma hipótese remota
A prisão antes da condenação (preventiva) só ocorre em situações específicas, como risco de fuga, destruição de provas ou ameaça à ordem pública.
Até o momento, nenhum indício demonstra que Virgínia se encaixe nesses requisitos, e sua defesa comentou que aguardará o resultado da votação com “imparcialidade adequada”.
5. Qual a chance de ela ser condenada?
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Se virar ré, o processo permitirá a produção de provas, testemunhas e diligências.
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A condenação só ocorre após julgamento, quando o juiz avaliar se há culpabilidade comprovada além da dúvida razoável.
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Mesmo que condenada, é possível recorrer e aguardar o resultado em liberdade, com penas alternativas ou substitutivas, nem sempre ocorre prisão imediata.
6. Resumo visual dos próximos passos
| Etapa | Conclusão esperada |
|---|---|
| Aprovação da CPI | até 14/jun/2025 |
| Envio ao MPF | Imediato após aprovação |
| Decisão do MPF | Diagnóstico sobre denúncia (sem prazo fixo) |
| Juízo aceita denúncia | Possível condição de ré |
| Processo em andamento | Com ampla defesa legal |
| Condenação? | Somente após julgamento final |
| Prisão preventiva? | Pouco provável, sem requisitos característicos |