Virgínia Fonseca será presa por estelionato? Entenda o cenário real e os próximos passos

A influenciadora foi indiciada por estelionato e publicidade enganosa no relatório da CPI das Apostas. Veja o que aconteceu e os próximos passos.

10/06/2025 | 21:54

1. O que já aconteceu?

O que já aconteceu?

Criação da CPI (novembro de 2024)

A CPI das Bets foi instaurada em 12 de novembro de 2024, com o objetivo de apurar expansão das apostas on-line, impacto na economia familiar, vínculos com crimes como lavagem de dinheiro e o uso de influenciadores para promover essas plataformas 

Fase de coleta de provas (nov/2024 – jun/2025)

Em cerca de sete meses, foram realizadas 20 sessões, com audiências e oitivas de 19 pessoas, incluindo membros do governo, proprietários de sites de apostas e influenciadores digitais. Destacam-se os depoimentos de Virgínia Fonseca em 29 de abril e Rico Melquiades em 14 de maio 

Investigação de práticas abusivas

A CPI examinou contratos de “revenue share”, onde influenciadores ganham comissão sobre as perdas dos usuários, além do uso de ‘contas demo’ para simular ganhos, prática que pode configurar propaganda enganosa e induzimento ao erro.

Relatório da relatora (10 de junho/2025)

A senadora Soraya Thronicke apresentou o relatório final, indicando o indiciamento de 16 pessoas e empresas. Virgínia Fonseca foi acusada de estelionato e publicidade enganosa, com base em indícios de uso de contas simuladas e contratos que previam até 30% dos prejuízos dos seus seguidores 

Situação atual

O relatório, após pedido de vistas, aguarda votação dos membros da CPI, que deverá ocorrer antes do prazo final da comissão em 14 de junho 

2. Indiciamento não significa prisão

O indiciamento é um passo formal que indica que há “indícios suficientes” de autoria e materialidade de crime. Ele representa a transição de investigada a indiciada, e não a abertura automática de processo ou sentença.

3. Ministério Público e Justiça

Após aprovação pela CPI, os autos são enviados ao Ministério Público Federal, que examinará as evidências e decidirá se oferece denúncia à Justiça.

 Se o MP apresentar a denúncia e o juiz aceitar, Virgínia será formalmente denunciada e responderá como ré, e só então se inicia o processo criminal

4. Prisão preventiva? Uma hipótese remota

A prisão antes da condenação (preventiva) só ocorre em situações específicas, como risco de fuga, destruição de provas ou ameaça à ordem pública.
Até o momento, nenhum indício demonstra que Virgínia se encaixe nesses requisitos, e sua defesa comentou que aguardará o resultado da votação com “imparcialidade adequada”.

5. Qual a chance de ela ser condenada?

  • Se virar ré, o processo permitirá a produção de provas, testemunhas e diligências.

  • A condenação só ocorre após julgamento, quando o juiz avaliar se há culpabilidade comprovada além da dúvida razoável.

  • Mesmo que condenada, é possível recorrer e aguardar o resultado em liberdade, com penas alternativas ou substitutivas, nem sempre ocorre prisão imediata.

6. Resumo visual dos próximos passos

Etapa Conclusão esperada
Aprovação da CPI até 14/jun/2025
Envio ao MPF Imediato após aprovação
Decisão do MPF Diagnóstico sobre denúncia (sem prazo fixo)
Juízo aceita denúncia Possível condição de ré
Processo em andamento Com ampla defesa legal
Condenação? Somente após julgamento final
Prisão preventiva? Pouco provável, sem requisitos característicos