Lula e Xi Jinping reforçam parceria em meio a aumento de tarifas dos EUA

Em meio ao aumento de tarifas dos EUA, Lula e Xi Jinping discutem parceria estratégica, defendem o multilateralismo e reforçam cooperação entre Brasil e China.

12/08/2025 | 01:46
Lula e Xi Jinping reforçam parceria em meio a aumento de tarifas dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone nesta segunda-feira (11) com o líder chinês Xi Jinping, em meio à tensão provocada pelo aumento de tarifas sobre produtos brasileiros anunciado pelo presidente americano Donald Trump.

Segundo o Palácio do Planalto, a ligação — realizada a pedido de Lula — durou cerca de uma hora e abordou tanto a conjuntura geopolítica internacional quanto a relação bilateral entre Brasil e China. Os dois líderes reafirmaram a importância do G20 e do BRICS na defesa do multilateralismo e da cooperação entre países.

O comunicado do governo brasileiro destacou que ambos celebraram os avanços na parceria estratégica e se comprometeram a expandir a cooperação para áreas como saúde, petróleo e gás, economia digital e tecnologia espacial. A mídia estatal chinesa informou que Xi defendeu a “autossuficiência” e conclamou os países a se oporem ao unilateralismo e ao protecionismo.

Nas redes sociais, Lula ressaltou o papel da China para o sucesso da COP 30, prevista para ocorrer em Belém, e disse ter recebido a confirmação de que uma delegação chinesa de alto nível participará do evento.

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A China é atualmente o maior parceiro comercial do Brasil. Entre janeiro e julho de 2025, as exportações brasileiras para o país asiático somaram US$ 57,6 bilhões (cerca de R$ 313 bilhões), enquanto as importações chegaram a US$ 41,7 bilhões (aproximadamente R$ 227 bilhões), segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Ainda na segunda-feira, durante cerimônia no Palácio do Planalto, Lula defendeu a manutenção da soberania nacional diante de um cenário global “cada vez mais hostil” e afirmou que o Brasil precisa “sonhar grande” para enfrentar os desafios internacionais.

Paralelamente, o governo brasileiro prepara medidas para responder ao tarifaço de 50% imposto por Washington. A estratégia inclui um plano de ajuda econômica e a análise de ações de reciprocidade contra os Estados Unidos. Segundo fontes oficiais, Lula determinou que os ministérios das Relações Exteriores, da Fazenda e do MDIC estudem medidas pontuais, evitando iniciativas amplas que possam prejudicar negociações ou impactar negativamente setores da economia.