Unidos em ação e pensamento

Réus no processo por tentativa de golpe de Estado têm alegado que documentos e registros de mensagens de incentivo a um levante eram cogitações individuais sem consequências práticas. Leia mais (07/29/2025 - 15h30)

29/07/2025 | 16:56
Unidos em ação e pensamento

Réus no processo por tentativa de golpe de Estado têm alegado que documentos e registros de mensagens de incentivo a um levante eram cogitações individuais sem consequências práticas.

Uma estratégia de defesa válida, mas de difícil digestão para observadores de fora do Supremo Tribunal Federal e ainda mais improvável de ser aceita pelos juízes. Convenhamos, é muita gente pensando na mesma coisa ao mesmo tempo. Não tendo havido golpe, não houve crime, argumentam os pensadores na esperança de que não se leve em conta a tipificação de tentativa constante na lei. Ora, se pensaram, logo existiram como articuladores de uma intentona.

A gravidade poderia ficar por aí, não fossem provas de que a coisa foi além de elucubrações golpistas. No período sob escrutínio de investigadores, os que se imputavam a condição de meros teóricos davam-se àquelas conjecturas de dentro do Palácio do Planalto e cercanias, com aval do presidente da República.

O general Mário Fernandes pensou, escreveu e imprimiu um plano de assassinato de presidente, vice e ministro do Supremo nas dependências da Secretaria-Geral da Presidência, onde era subchefe. O kid preto tenente-coronel Hélio Ferreira Lima acaba de dizer ao STF que elaborou um plano para prender "juízes supremos", mas era só "ferramenta de análise hipotética".

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Na agenda do general Augusto Heleno, à época chefe do Gabinete de Segurança Institucional, havia anotações de natureza conspiratória, na versão dele conjecturas pessoais de ordem secreta. Pública foi sua sugestão em reunião com Jair Bolsonaro sobre "virar a mesa antes das eleições".

Tudo isso sem contar manifestações de comparsas alojados em quartéis e plataformas de comunicação com ameaças e campanhas de difamação contra militares que se opunham à execução da trama.

Pegos na beira da botija, os autores da trama agora alegam terem feito considerações inofensivas. Resta convencerem a Justiça de que não foram altamente ofensivas à saúde democrática do Brasil.