CPI das Bets pede indiciamento de Virgínia Fonseca por estelionato

Relatório da CPI das Bets aponta uso de contas simuladas por Virgínia Fonseca em promoção de apostas, pedindo indiciamento por estelionato e propaganda enganosa.

10/06/2025 | 21:30
CPI das Bets pede  indiciamento de Virgínia Fonseca por estelionato

O relatório final da CPI das Bets, apresentado pela senadora Soraya Thronicke nesta terça-feira (10 de junho de 2025), recomenda o indiciamento da influenciadora Virgínia Fonseca pelos crimes de estelionato e propaganda enganosa. A acusação se baseia na utilização de “contas simuladas” que induziriam os seguidores a acreditar em ganhos inexistentes, conforme documento da comissão.

A relatora afirma que o contrato de Virgínia com a plataforma “Esporte da Sorte” possuía cláusula que assegurava à influenciadora até 30% dos valores perdidos pelos seguidores que acessavam o serviço por meio de seu link. Este modelo é descrito como “cachê da desgraça alheia” e considerado crime de estelionato, ao induzir o erro e oferecer ganhos fictícios.

O relatório aponta que, durante audiência em maio, Virgínia admitiu o uso de contas demo para simular apostas e tentar demonstrar vitórias, o que configuraria prática enganosa. A CPI alerta que isso constitui publicidade abusiva, por veicular falsas expectativas sobre ganhos nos jogos.

A proposta de indiciamento inclui 16 pessoas, entre influenciadores, operadores e donos de plataformas. Após votação pela CPI, o relatório será enviado ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, que poderão iniciar inquéritos ou apresentar denúncias formais.

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REAÇÃO DA DEFESA

Representantes legais de Virgínia divulgaram nota na qual afirmam que o parecer foi recebido com “surpresa e espanto”. Segundo o comunicado, ela agiu “dentro da legalidade e da ética”, e que aguarda a decisão “do colegiado com imparcialidade adequada”.

PRÓXIMOS PASSOS

A CPI das Bets foi criada em novembro de 2024 para investigar o impacto das apostas online na sociedade e no orçamento das famílias, além do uso de influenciadores para promoção dessas plataformas  . A votação do relatório está prevista para acontecer ainda nesta semana, antes do encerramento dos trabalhos da comissão, em 14 de junho.

Após deliberação, caberá aos órgãos competentes decidirem se seguem com investigações criminais ou ações civis. Especialistas sugerem que o caso reforce a necessidade de regulamentação mais rigorosa no marketing de jogos de azar nas redes sociais.